Quando o assunto é representatividade, algumas pautas logo vêm à cabeça, como os debates feministas, combate ao racismo, luta contra a LGBTfobia e a reivindicação por inclusão social.
Mas, o que todos esses movimentos e lutas têm em comum? Todos eles são vistos como minorias sociais, isto é, apesar de não serem minorias em quantidade, são em representação social, política e/ou cultural.
Nesse contexto, devido às brechas deixadas sobre a questão da representatividade, novos serviços e produtos aproveitam o seu alcance e poder nos meios digitais para promover e atender a demandas desses grupos.
Então, entender a importância da representatividade no audiovisual é fundamental para produções engajadas com o público-alvo. Quer saber mais sobre o tema? Continue a leitura e fique por dentro!
A representatividade significa representar social, cultural e politicamente os interesses de um grupo, povo ou classe social.
É uma responsabilidade atribuída a uma entidade ou indivíduo, como sindicato, instituição, movimento social ou partido político, fundamentada nas habilidades que estes possuem para desempenhar o papel.
Historicamente, diversas pessoas sofreram e ainda sofrem com a invisibilidade social.
São pessoas que não se associaram aos padrões estabelecidos pela sociedade, como a população não-branca, LGBTQIA+, pessoas acima do peso e PCDs (Pessoas Com Deficiência).
Assim, qualquer característica que fuja do padrão aceito é pouco representada em campanhas publicitárias, novelas, filmes e até mesmo na literatura e desenhos infantis.
Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Michigan com cerca de 400 estudantes, enquanto assistir televisão aumenta a autoestima de um jovem branco, a autoestima de uma criança negra diminui.
Isso retrata a pouca visibilidade das minorias sociais nas telas, sem contar que, quando representados, esses grupos sofrem com estereótipos negativos, o que acaba reforçando ideias errôneas sobre eles.
Sendo assim, ser representado na mídia de forma positiva sem inferiorizar as suas características pessoais é visto como algo empoderador por essas pessoas, bem como aumenta a identificação deles com os conteúdos produzidos.
O multiculturalismo é a relação de diversos grupos e culturas em um mesmo espaço. Trata-se de um fenômeno social ligado à globalização e às sociedades contemporâneas. Ele também pode ser denominado como pluralismo cultural.
Essa ideia pressupõe que esses grupos estão interligados devido aos contatos que possuem entre si.
Ademais, o multiculturalismo favorece as mudanças na comunicação vivida entre as pessoas, inserindo dentro de suas culturas debates sobre gênero, identidade, diferenças de classe, etnia, entre outros.
Portanto, esse fenômeno é um objeto de reflexão que tem como objetivo legitimar e fortalecer as ideias de diferentes culturas a fim de promover uma sociedade mais igualitária.
Isso posto, o pluralismo cultural está presente em todos os espaços da sociedade, incluindo a mídia. Então, é fundamental pensar nessa questão ao produzir conteúdos digitais.
A inclusão e representatividade de PCDs é muito benéfica para a autoestima e independência desse público, além de ser uma excelente forma de inspirar a inclusão dessas pessoas em outros espaços.
Ademais, para instituições, essa relação é uma fonte de aprendizado. São quebras de preconceitos em diversos sentidos. Por exemplo, o cidadão comum vai enfrentar seus estigmas e pode aprender a aceitar essas diferenças em outros ambientes.
Então, incluir PCDs no mercado de trabalho é apenas uma das vantagens. Na sociedade, é notável o desrespeito com esse grupo, e as leis beneficiais, como vagas de estacionamento para deficientes, são muito infringidas.
Sendo assim, torna-se fundamental uma sociedade plural, que abra espaço para pessoas com deficiência, não só em leis, como também em representatividade na mídia, publicidades e meios culturais.
O machismo é uma ferramenta de poder que atua nas ações e no imaginário da sociedade. Ele está presente no nosso cotidiano em diversas formas e, como seres culturais, acabamos o reproduzindo sem perceber.
Segundo um levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres representam cerca de 51% da população brasileira.
Todavia, apesar de serem a maioria, a presença delas no mercado de trabalho e em cargos de destaque é pouca e precária.
Conforme o estudo produzido pela Agência Nacional do Cinema, que buscava mapear o perfil dos profissionais empregados no audiovisual, as mulheres representavam 40% dos cargos ocupados no setor e recebiam 13% a menos que os homens.
Além disso, outra pesquisa produzida pela instituição aponta que, em 2016, somente 20% dos filmes nacionais foram dirigidos por mulheres, mas que metade desses conteúdos eram documentários, o que indica que participaram de produções de menor orçamento.
Dessa maneira, é essencial visibilizar esse tema, bem como os trabalhos no audiovisual produzidos por mulheres. A liderança feminina é importante para promover a igualdade de gênero em todos os espaços.
Ainda que tenham obstáculos para chegarem aos cargos de chefia, as mulheres possuem os mesmos atributos técnicos e comportamentais que os homens, e abrir caminhos para isso é essencial a fim de alcançar a igualdade.
As produções digitais não são somente um meio de comunicar, vender ou envolver um público, como também são reflexos de valores e cultura.
Isto é, os vídeos não representam apenas uma instituição como um produto, ele gera identificação para os consumidores.
Nesse sentido, não se ver representado nas mídias sociais isola, diminui e reforça crenças negativas sobre determinados grupos, enquanto ser reconhecido inspira e fortalece qualquer pessoa.
Exemplificando, segundo o IBGE, 54% da população brasileira é composta por pessoas negras.
Contudo, no mercado audiovisual, esse número é muito menor. De acordo com a Agência Nacional de Cinema, apenas 2,1% dos produtores eram homens negros, enquanto as mulheres negras nem sequer aparecem na estatística.
Quando um material foca apenas nos padrões físicos, ele exclui boa parte da população. Então, é crucial refletir se a empresa ou pessoa se importa com a inclusão de minorias.
Uma empresa inclusiva auxilia na reformulação de estereótipos sociais e almeja retratar toda a diversidade humana, o que inclui minorias raciais, culturais, sociais, pessoas com deficiência, questões de gênero, entre outros.
Assim, é importante ter a responsabilidade de criar conteúdos que tragam visibilidade, inclusão e reflita toda a sociedade.
O ambiente digital é atualmente uma parte fundamental na vida das pessoas. Atividades sociais, profissionais e pessoais acontecem em sua maioria com a utilização de recursos online.
Somente isso já seria um bom motivo para que ninguém fosse desprovido deste acesso. Mas é essencial entender as razões pelas quais toda produção deve incluir PCDs.
O Brasil tem cerca de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, seja física ou não perceptiva. Entretanto, o debate sobre acessibilidade na internet é algo recente.
Existe uma parcela da sociedade que tem dificuldades em consumir e acessar conteúdos digitais. Logo, a maioria dessas pessoas não são impactadas com as produções na web, inclusive as produzidas por empresas.
Assim sendo, isso significa que, ao criar conteúdos acessíveis, o número de pessoas alcançadas é ainda maior, e essas pessoas vão se sentir identificadas pelo material. Trata-se de uma forma de ter empatia ao incluir cada uma nos espaços digitais.
Por fim, você entendeu o papel da representatividade em produções de vídeos e como esse fenômeno social auxilia na inclusão de minorias nos espaços sociais, culturais e no mercado de trabalho.
E aí, gostou do artigo? Então, continue a leitura e descubra a importância da criatividade e inovação para o mercado audiovisual!
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